Arquétipo é um conceito muito do imaginário, do visual e do sentir, o que torna difícil explicar em palavras.
Perceba que é um conceito que a gente vai entender mais pelo nosso lado do sentir, e do nosso entendimento dentro do nosso sentir — ou seja, no nosso feminino — do que usando de fato o logos, entendendo de forma lógica, usando nosso masculino.
Arquétipos são as essências de um tema. Essa essência é uma ideia. Está confuso, mas eu vou clarear: se eu pedir pra você pensar em mãe, uma imagem vai surgir na sua cabeça. Essa imagem vai vir carregada de numinosidade (já explico o que é), ela vai vir carregada de emoção.
Essa emoção pode ser positiva ou negativa, e pode ser as duas ao mesmo tempo. Pensar em mãe pode remeter a afeto, cuidado, proteção, brincadeira — assim como pode remeter à ira, manipulação, controle. Todas essas são esferas de um único arquétipo, que é o arquétipo da Grande Mãe.
Então a gente entende que o arquétipo é uma ideia vinculada a um sentir primário do humano. Uma vez que todo mundo sabe o que é mãe, esse sentir — o conceito de saber o que é, porque tenho dentro de mim um sentir que me explica, um instinto que me explica o que é mãe — o sentir ligadoao gerar uma imagem.
Um arquétipo pode se desmembrar em muitos símbolos, uma vez que, quando falamos de mãe, podemos pensar em coisas positivas, em coisas negativas, em diversas situações que carregam a mesma energia do maternar. Essa energia é a numinosidade — é uma imagem carregada de energia psíquica, e por isso é viva. Isso é um arquétipo: esse ideal carregado de um conceito em essência, de uma energia em essência.
Entendendo que arquétipos têm uma vivacidade, uma energia própria, nós entendemos que nós somos tomados por esse sentir — e não que nós os escolhemos.
De uma hora pra outra, você sente vontade ou tem um impulso de acolher alguém. Num minuto seguinte, você tem um impulso forte de descriar aquilo que foi nutrido, de descriar a situação que você nutriu. A criação e a destruição — ambas são experiências do arquétipo da Grande Mãe.
É por isso que tanto Kali, a deusa da destruição, quanto Deméter, a deusa da vegetação, aquela que nutre — ambas são ramificações de um arquétipo, são símbolos desse arquétipo.
Percebem que aqui, apesar do conteúdo ser enxuto, é para trazer a noção do que é arquétipo e qual a grandiosidade dele.